Edição de 02/04/2012 - Giro Belém
Motorista tem o carro destruído pelas
testemunhas e é autuado por dirigir bêbado e por lesão corporal
Doze pessoas foram atingidas ontem por um motorista
embriagado, na rodovia Transcoqueiro, no bairro do Coqueiro, em Ananindeua. As
vítimas foram parar no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, em
Ananindeua, e no Hospital de Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti, no
Umarizal, por volta de 16h30. Revoltada, a população apedrejou, virou e ameaçou
queimar o carro, um Gol de placa CRG-5329. As pessoas também queriam agredir o
condutor do veículo, Messias Tavares, de 31 anos, que foi salvo por policiais
militares que chegaram ao local logo depois do acidente.
Um homem que mora a metros do local do acidente, na
rodovia Transcoqueiro, entre as passagens 10 de Maio e Bom Jesus, comparou o
que viu com um jogo de boliche. "Vi um grupo de pessoas que vinha andando
pela calçada sendo arremessado pelo carro, que invadiu a calçada, em alta
velocidade, e voava pelo meio delas. Nesse momento, eu estava aqui na frente de
casa, me afastei com receio que o carro adentrasse minha moradia, peguei um
tijolo para jogar no motorista. Ele não parou para socorrer ninguém. Depois, vi
quando o carro parou cerca de cem metros mais à frente do local, porque os dois
pneus dianteiros do carro furaram. Dois homens saíram correndo do veículo, lá
ficou somente o motorista, aí a população queria bater nele e apedrejou o
carro, mas a polícia chegou e o levou para a seccional da Marambaia. Foi uma
coisa de louco, é muita irresponsabilidade. Por sorte, ninguém morreu",
relatou.
As vítimas foram 10 mulheres e dois homens. Uma mulher
estava com o filho de dois anos no colo. "Na hora do acidente, ela se
colocou na frente da criança para protegê-la e o carro a apanhou em cheio. O
menino praticamente voou dos braços dela e, por sorte, não sofreu nada",
disse o primo da vítima, Vitor Cássio, de 16 anos, que estava do outro lado da
pista quando tudo ocorreu. Segundo ele, todas as pessoas voltavam de Outeiro e
caminhavam pela Transcoqueiro para seguir para suas casas.
Taça de vidro e garrafas de
cerveja estavam dentro do veículo
Depois que o automóvel parou na Transcoqueiro, com os
pneus estourados, a população atingiu o veículo com tijolos, pedras e paus e
também o virou. Dentro do Gol havia taça de vidro e garrafas de cerveja. No
retrovisor direito, muitos cabelos castanhos claros ficaram presos.
Aproximadamente seis policiais militares ficaram de prontidão no local até a
chegada do guincho, para evitar que pessoas incendiassem o carro.
Para resgatar as vítimas da calçada foram necessárias
quatro ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-192). De
acordo com o socorrista Anderson Souza, todas as vítimas tiveram escoriações
pelo corpo e havia suspeita de que três tivessem fraturado os membros
inferiores. Estas foram levadas ao Pronto-Socorro do Umarizal e as outras ao
Hospital Metropolitano, para atendimento de urgência e emergência.
O motorista Messias Tavares, que trabalha como técnico
em informática, foi levado à seccional da Marambaia pelos cabos Luís e Iomar,
da Companhia Independente de Policiamento Escolar (Cipoe). Messias confirmou,
na presença do delegado Arnaldo Mendes, que ingeriu bebida alcoólica, mas
tentou justificar a colisão.
"O grupo todo estava na pista, não na calçada, e
bati somente uma pessoa. Parei para socorrer, mas queriam me matar, quebraram
todo meu carro, roubaram minha carteira com todos meus documentos e meu celular
e o errado sou só eu?", questionou o condutor do Gol.
O delegado autuou Messias Tavares em flagrante por
dirigir embriagado e pelo crime de lesão corporal.
Fonte: ORM
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